domingo, 12 de agosto de 2012

FALANDO DE FLORES


Cidade nova, nova casa, vida nova...Tudo novo de novo!

Porém, ilude-se aquele que acredita mudar sua maneira de pensar, de sentir de viver e reviver suas dores e seus amores apenas com uma mudança territorial.

O emocional está na mente, piegas, redundácia, pode até ser, mas muitas vezes escrevemos ou falamos isso até para que nós mesmos possamos ouvir e quem sabe aprender...SER feliz é muito diferente de ESTAR feliz, podemos sorrir e parecer felizes, mas, podemos não ser felizes e isso ninguém vê, nem sente, nem adivinha...

Calma pessoal, não estou deprimida, triste ou em crise emocional...é que hoje é DIA DOS PAIS, e esta data tem um significado um tanto triste na minha vida pessoal, a exatos 7 anos, esta foi a data na qual vi meu pai vivo pela última vez, um longo domingo de dia dos pais, ali falamos, trocamos idéias, viajamos no tempo e fomos felizes...e sempre que esta data se repete, percebo que posso estar em qualquer lugar, com qualquer pessoa, a qualquer tempo, que a ausência, o sentimento de amor e dor que se confundem com a perda, me acompanham e me transportam as lembranças, as flores...

Sim, meu pai era romântico e gostava de dar flores, a princípio para minha mãe, sua eterna namorada, pois que no dia dos namorados sempre saiam para jantar, mas claro com as rosas tendo chegado no decorrer do dia, e depois para mim, sua única filha mulher, aquela que aproveitava o máximo tal "status"...rsrsrsrsrsrsrs.

  
Meu pai, sim MEU com todo o sentimento de posse que isso tenha, com toda entonação, egoísmo e todos os outros sentimentos inadequados para uma pessoa que teve mais dois irmãos, pois para mim ele era, foi e sempre será MEU PAI, fomos na vida inimigos e amigos, com certeza mais este segundo do que o primeiro, fomos parceiros, cúmplices e com isso trocamos flores e espinhos.

Tenho infinitas e belas lembranças de meu pai, que adorava viajar, mas odiava a quantidade de bagagem que minha mãe decidia colocar no carro, me colocava para dormir, e fazia uma mamadeira muitoooo melhor do que a que minha mãe fazia (quando contei isso para ela, percebi uma certa frustração...rsrsrsrs). Ele que media minha febre e dizia, "coloque o chinelos, vai ser uma moça de pés feios se continuar andando descalça"...e agradeço por isso, afinal meus pés são bem ajeitados...rsrsrsrs.


Sempre tive a sensação de que o pai era somente meu, somente eu poderia ter um pai tão especial, alegre, bom camarada, adorava meus amigos, amava bichos e crianças, e flores, claro!!

Resolvi falar aqui no blog desta esquina, do encontro de vida com meu pai, pois que sinto sua falta todos os dias ao olhar para meu filho e saber que estão impossibilitados de conviver, mas para registrar que fui feliz em sua companhia, e que hoje ao invés de lágrimas pela ausência, eu agradeço a beleza e a possibilidade que tivemos de convivência, de nos encontrarmos neste caminhar.

E, mais que isso, registro aqui aos meus amigos, tios, primos, conhecidos que são PAIS e que acreditam que seus filhos são pequenos demais para entender ou recordar algo que viveram com eles, que não se iludam, e sejam ótimos pais, pois que minhas lembranças ao lado do MEU PAI existem desde que eu tinha pouca, ou mínima idade.

As esquinas emocionais são muito mais difíceis de transitar do que as físicas, pois que mudar de casa, cidade, estado e penso que até mesmo de país, seja muito mais suave que conviver diariamente com a ausência de um ser tão amado...

Mas, deixo aqui meu agradecimento, minha amizade, e meu amor eterno para aquele que me ensinou a dançar, fez de minha vida uma festa e ainda me deu flores!!!

Ah, sem esquecer que sempre que nos falávamos pelo telefone ele dizia ao final da ligação: "Um beijo por um queijo, um queijo por um beijo, se beijar não come e se comer, não beija!"